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quarta-feira, 28 de março de 2012

Parando Para Pensar ok



Somos levados como peixinhos pela onda e arrastados como parte do bonde, como falam aqui no Rio de Janeiro.
Lendo o texto abaixo de Marta Medeiros fiquei a pensar ( sim ainda penso - rs), como somos levados pelo modismo, pelos que os outros estabelecem, pelo que os outros determinam. 
Novelas ditam moda e mesmo que esta "moda" esteja próxima do ridículo. Falam que não existe moda ridícula, tudo é permitido, báh! Que bela desculpa.
Assim foi com o Orkut, quando chegou no Brasil foi uma onda, uma tsunami que arrastou muitos a implorar aos sortudos que já possuiam convites da seleta rêde social. Vixe! Como eu lembro, parecia uma corrida ao bilhete premiado. E podia ver ou sentir a pontinha de orgulho daquele que tinha seu profile. Risos
Mas como toda onda passa, essa também passou e chegou a onda do Twiter, e  do Facebook. Você cria alí uma imagem e só jogar purpurina!
Mas vamos ler abaixo o texto perfeito de Marta Medeiros, vou parar por aqui com as minhas abobrinhas.

Bjo e qjo para vocês!


 Texto Abaixo de Marta Medeiros

Foi-se o tempo em que a disputa se resumia ao clássico Ser x Ter. Dizem que ninguém mais dá a mínima para o que é, só para o que tem. Exagero. As pessoas ainda se preocupam com o que são. O problema é que não gostam do que são. Gostariam de ser outra coisa. E aí entra o verbo que está no topo das paradas hoje em dia: parecer.
Tem gente que quer parecer rica, e adota um padrão de vida que não condiz com a sua realidade. Pra manter a fachada de bem-nascida, acaba colecionando dívidas e queimando seu nome na praça. Nos eventos sociais, pode até ser a mais fotografada, mas para os comerciantes é bola preta na certa. A rica mais sem crédito das colunas.
Tem aqueles que querem parecer mais bem relacionados do que são, e se enturmam, forçam intimidade e grudam feito chiclete em pessoas que mal conhecem, só para descolar um convite para uma festa, um show, uma estreia, qualquer lugar que projete.

Os que querem parecer mais cultos do que são, você sabe, são aqueles que nunca foram além do prólogo do livro e é o que basta para olharem a ralé de cima para baixo, como se fossem portadores da sabedoria universal.

Há os que querem parecer mais jovens do que são: bom, quem não gostaria? É uma dádiva parecer ter cinco anos menos, sem esforço. A genética é mais generosa com uns do que com outros. (…)

Os casos mais patéticos, no entanto, são os daquelas pessoas que querem parecer mais felizes do que são. O recurso adotado: mentem. O casamento delas está uma lua de mel, os filhos só dão alegrias, são muito requisitadas no trabalho, os amigos não param de telefonar, a vida tem sido um passeio num campo florido. (…) Ver alguém se esforçando para parecer feliz é das situações mais constrangedoras que se pode testemunhar.

Está triste? Esteja! Não é rico, nem jovem, nem belo? Nem por isso ficará sozinho. Pessoas não se apaixonam por estereótipos, mas pela singularidade de cada um, pela capacidade de ser surpreendido, pela sedução que o inusitado provoca. Uma pessoa que se preocupa em “parecer” já está derrotada no primeiro minuto de jogo. Dá valor demais à opinião dos outros, não age conforme a própria vontade. (…) Quer parecer mais inteligente? Comece admitindo que não sabe nada sobre nada e toque aqui: ninguém sabe.