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domingo, 11 de março de 2012

Começãndo O Trabalho



Para aqueles que desejam iniciar o trabalho no Movimento Somar é preciso lembrar que ele já começou em níveis mais sutis. E se nos lembrarmos disso, bastará apenas entrar na mesma sintonia para começarmos, mesmo com a distância dos integrantes.

1ª parte - Usar a mente para se ligar ao Trabalho
Ao acordar, ou antes de começar suas tarefas diárias, estabeleça para você mesmo que estará aberto para agir em prol dos princípios do MS. Declare que você está se entregando ao Trabalho e aceita todas as oportunidades que surgirem durante o dia. Assim, quando ocorrerem situações, sua mente estará em alerta para executar aquilo que você se propôs antes de começar seu dia. Quando se pratica esse tipo de exercício você educa sua mente a não rejeitar nenhuma situação que ocorre, e você passa a não mais julgar, entendendo que tudo é oportunidade para o aprendizado. Seres que vivem certo nível de consciência não se surpreendem com as coisas que ocorrem ao seu redor, porque sabem que tudo é lição e que surgirá uma hora ou outra.
Conta uma história que Francisco de Assis estava andando por uma estrada e foi ameaçado por um ladrão. Ele simplesmente disse ao homem que não precisava roubar porque roubar era pecado, era só ele pedir que ele entregaria. Essa é outra questão: a posse.

2ª parte - Entregar o que não é (só) nosso.
Por que achamos que "temos" algo se nem os átomos de nosso corpo são nossos? Ao morrer devolveremos até a matéria que forma nosso corpo, que dirá da matéria que adquirimos em vida. O material que forma o organismo que utilizamos para viver nesse mundo nos é entregue para que o devolvamos melhor do que recebemos. Se pensarmos nisso, veremos uma outra parte do Trabalho, a de fazer chegar até os menos desprovidos os recursos a que eles têm direito.
Oscar Schindler foi um alemão que adorava mulheres, bebidas, carros e casas luxuosas, mas ele não gostava do que faziam com os judeus e por isso empregou todos que pode em suas fábricas para poupá-los da tortura e da morte nos campos de concentração. Lembrando que é missão de todo empresário, industrial, comerciante, receber os recursos e distribuí-los justa e honestamente para seus empregados, como artérias que irrigam veias menores de um corpo, lembrando que se uma artéria retém para si comprometerá não só seu órgão mas todo o corpo.
Gandhi era formado em direito, tinha muita posse por ser de família rica, mas abriu mão de toda riqueza para ajudar o povo a se libertar.
Alguns dizem que essa libertação foi política, mas a verdade é que ele procurou ensinar o povo a ser independente. Ele caminhou quilômetros até chegar ao litoral, para mostrar ao povo como fazer sal para não ter que comprar.
Era um homem simples e tecia sua própria roupa. Certa vez, compareceu a uma festa de gala na casa do governador britânico que o tinha convidado para conversar, mas os seguranças o impediram de entrar porque a roupa dele não era adequada. No outro dia, o governador recebeu um presente em seu escritório. Quando abriu, encontrou um traje de gala e um bilhete dizendo: "fui convidado para ir até sua casa, mas me impediram porque não estava com a roupa correta. Ora, se o traje é mais importante que o homem que o veste, eis aqui meu traje. Converse com ele."
Para se realizar essa parte do Trabalho é preciso estar aberto às oportunidades. Assim, quando alguém aparecer em seu caminho lhe pedindo comida, uma esmola, ajuda para empurrar o carro, ajuda com a sacola pesada, enfim, você perceberá a oportunidade de realizar a tarefa.
Mas é preciso lembrar de que é necessário fazer tudo se devotando de forma consciente. É assim que você direcionará a energia que fluirá através de você, possibilitando que outras ações ocorram em níveis mais sutis, onde as energias são manipuladas por seres elevados.
Lembre-se que o recurso que chega até você é para você usar, mas não te pertence. Distribua aos que precisam. Dessa forma, você passa a ver um menino que te pede para pagar um lanche como um menino que está pedindo para você entregar a ele a parte que é dele.
Mas que sejamos guiados pela sabedoria, pois tendemos a errar pensando somente nos nossos irmãos humanos, e nos esquecemos dos nossos irmãos menores que também estão nessa fase do nosso planeta e vivem seu ciclo de luta no nível deles, como os cães, por exemplo.
Um dia, fui buscar minha filha na escola e vi uns cachorros de rua olhando uns homens comendo aqueles churrascos de esquina. Eu e minha filha compramos alguns espetos e sentamos no banco da praça para alimentarmos uma cadelinha.
Essas criaturas estão no ciclo de evolução e também precisam de auxílio, de compaixão, de direcionamento. Muitos deles adoecem por nossa causa e vivem com medo dos homens por já terem sofrido algum tipo de mau trato. A ciência já provou que filhos de pais alcoólatras ou fumantes poderão ter tendência a beber ou fumar. A ciência também começa a perceber que certos hábitos são gravados no DNA e transferidos de geração em geração. É por isso que temos que agir de forma consciente, pois uma atitude boa de nossa parte quebra toda a tendência negativa que seres que vivem abandonados e sem esperanças cultivam todos os dias.

3ª parte - Viver a Lei: Nem só de pão vive o homem.
Eu já ouvi amigos meus dizerem que as vezes até querem fazer alguma coisa boa, mas têm vergonha.
Ora, Madalena sabia o que pensavam dela, sabia que esperavam que ela fosse submissa e que se curvasse diante da vontade masculina, mas mesmo assim ela se atreveu a entrar naquele recinto e lavar os pés do Mestre com lágrimas, perfume e enxugar com seus cabelos. Não apenas um, mas todos pararam para notar sua atitude. E é assim que devemos agir na Obra Divina.
O Trabalho direcionado ao Alto não pode ser discreto. O Mestre mesmo já ensinou que não se coloca a lâmpada debaixo da mesa, mas sim sobre ela para que todos a vejam e sua luz ilumine todo o ambiente.
Muitas vezes, o que uma pessoa mais precisa não é do recurso material, mas que alguém faça uma mudança no dia dela.
Eu dou aula para alunos com idade entre 11 e 17 anos. Um deles desistiu do curso mas sempre aparece para rever os colegas.
Um dia ele me pediu uma bola de futebol de salão e eu dei, mesmo ele não tendo sido um bom aluno e por ter um comportamento agressivo e desleixado por conta de situações que ocorrem na casa dele. A diretora achou um absurdo, principalmente pelo fato dele não ter sido um dos melhores alunos. Mas a questão não é o objeto presenteado, é a atitude. A atitude em confiar naquele garoto, pois ele pode vender a bola e usar o dinheiro pra fins menos dignos. A atitude de presentear mesmo ele sabendo que não era um dos melhores alunos. A atitude de considerá-lo como parte dos alunos quando ele já não está mais estudando. Talvez, hoje, eu seja a única pessoa disposta a confiar nele. E ele pode trair mesmo a minha confiança, mas não é no hoje que está a ação. Isso ocorrerá lá na frente ou nunca. O que importa é que ele precisa ter um outro parâmetro com ele para que ele possa tomar suas decisões futuras. Não foi uma bola que eu dei pra ele, foi uma nova forma de olhar a si mesmo.

É preciso entender duas coisas: Primeiro, que quando se entrega para o Trabalho, não se pode ter apego aos resultados. Se eles tiverem que ocorrer isso se dará no devido momento em que a pessoa atingir o nível de consciência necessário para se entender o que foi feito a ela, o que foi entregue a ela. E isso pode não ser amanhã, nem depois, nem daqui alguns anos. Pode mesmo até ser em outra vida de uma forma que só aqueles seres responsáveis pela administração do carma podem explicar. Por isso que muitos que estiveram encarnados na época de Jesus continuam encarnando e cometendo os mesmos erros.
Segundo, que o Trabalho não é feito exclusivamente com recursos financeiros. Aliás, estes recursos servem apenas para apoiar o trabalho, pois muitos necessitados são necessitados dele e muitos trabalhadores só sentem que são úteis quando abrem a carteira. E não vejamos isso como totalmente negativo porque essas pessoas têm lá suas questões cármicas em relação ao dinheiro e é preciso que elas ajam de determinada forma que não a impeça de quitar sua dívida cármica. Mas ainda assim, não é preciso agir exclusivamente com recursos financeiros.

(Colaboração de Santiago)