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segunda-feira, 12 de março de 2012

Luz e Sombra Na Alma





Tenho observado tudo ultimamente, sim, não sei o porquê, mas não consigo deixar de observar e coisas que antes para mim passavam invisíveis. Comparo
as estrelas que hoje vejo bem mais no céu, agora estou morando num lugar mais isolado sem muitas luzes elas são mais visíveis. Mas elas sempre estiveram lá, mesmo que não as vissem no antigo local onde morava. Tem coisas que estão visíveis aos nossos olhos, estão ali e mesmo com toda a "claridade" não vemos. Há coisas como as estrelas que só com a escuridão se pode vislumbrar. A lua, por exemplo, às vezes no final de tarde ou amanhecer está lá visível no céu, mas ela não tem a mesma luminosidade no céu noturno.
Às vezes precisamos passar pela escuridão ou conviver com ela, para enxergar o que não é visto com luz ou é cegado por ela. Mas seja na "escuridão" ou na "luz" muitos de nós precisamos de pontos de referência para identificar lugares, situações e indivíduos, porque vivemos num mundo da matéria e
acabamos por limitar tudo pelo ponto referencial material. Se isso nos deixa centrados, também nos torna limitados a apenas ao que conseguimos ver. Mas neste ínterim de luz e trevas qual a alusão de fato? Entre corpo e Espírito, seres, anjos, "mestres" parias onde estamos? Onde centramos? Entre "altos e
baixos" choro e riso, sim, porque entre tanto sentir, observar, receber, interagir em décimos de segundos estamos no topo da montanha e logo em seguida em seu pé.Se de repente o observador olhando as máscaras de carne, os corpos se movimentando e a mente em torno dele no desalinho do cabelo ou a micro ruga no canto dos olhos ele parasse. Se o observador olhando o mundo, a fome, a
guerra, o lixo, a poluição, a violência urbana, a indiferença humana, a crise global acarretando mais desempregados, mais esfomeados, mais desesperançados, mais abandonados. Se o observador pudesse ir a um palco e na máscara de ator que ali sobre o tablado teria que expressar tudo que coloquei acima sem dizer palavras, ele choraria e riria. Ele seria o maluco beleza, o palhaço. É muito difícil o ser humano se manter estável, porque
estamos sempre filtrando as impurezas seja nossa, seja astral ou material.
Sabe aquela frase famosa de Jesus: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". Só se conhece a verdade quando observamos o que está dentro de
nós, porque o que está fora pode parecer real e tocável tanto que nos afeta, mas não é a verdade, porém. Ali é o que criamos, interpretamos, causamos
para o mundo. Nossas ações exteriores, o que pensamos e realizamos é o resultado do que vemos.
Já observou que somos bipolares várias vezes ao dia? Que estamos chorando por dentro e a máscara de carne está sorrindo por fora? O mundo cobra a
máscara sorridente para ser sadio, ser sociável. Acho que é por isso que ninguém mais chora ao ver uma criança esquelética de fome, um ancião tratado
com desrespeito, violência... Parece que o noticiário não é real, que é um filme. Já não sabemos quando chorar ou sorrir e quando é realidade ou
inventado. E sem céu e sem chão nos perdemos, e quando chega neste ponto ou buscamos um médico para dopar nossos sentidos onde viveremos alienados no mundo criado para nós, ou mergulhamos em nós mesmos onde deixamos cair a máscara e nos olhamos no espelho. Esse "espelho" é um mar desconhecido
dentro de nós, nossa mente, nossa essência é como um barco que segue para um horizonte desconhecido onde vislumbrando a luz e a sombra de nós mesmos.


Quando perdemos as lentes que mostram a ilusão do mundo, as máscaras caem...
A princípio caimos juntos com elas e quando nos vemos sem ilusão sem o narcisismo, é medonho a imagem que agora me reflete.


Ana Lúcia M. Marins

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